Capixabas estavam entre os brasileiros deportados dos Estados Unidos, que chegaram de volta ao país na última sexta-feira | Foto: Casa Branca/Divulgação
Cidadãos capixabas estavam entre os 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos que desembarcaram algemados em Manaus na última sexta-feira (24). A aeronave, com destino inicial a Belo Horizonte (MG), fez um pouso não programado na capital amazonense devido a problemas técnicos.
Segundo relatos, a maioria dos deportados era proveniente do Espírito Santo e de Minas Gerais, incluindo 70 homens, 12 mulheres e seis crianças. A viagem foi marcada por maus-tratos, como agressões físicas e condições precárias durante o voo.
Os imigrantes relataram ter sido agredidos por agentes americanos durante a travessia, especialmente após um problema em um dos motores da aeronave. Confinados na aeronave por horas, sem acesso adequado a água, comida ou banheiros, os deportados afirmaram ter sofrido agressões físicas e psicológicas.
Após o pouso em Manaus, a Polícia Federal retirou as algemas dos deportados e um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) foi designado para transportá-los até Belo Horizonte. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, manifestou sua indignação com o tratamento dado aos brasileiros e solicitou explicações ao governo dos Estados Unidos.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com autoridades em Manaus para coletar informações detalhadas sobre os incidentes. O Itamaraty classificou o tratamento dispensado aos deportados como “degradante” e afirmou que o uso indiscriminado de algemas viola acordos internacionais.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, também se manifestou sobre o caso, condenando a tentativa das autoridades americanas de manter os brasileiros algemados durante o voo.