Mãe e companheira são detidas após morte de menina de 1 ano em Colatina

Maria Isis deu entrada no hospital desacordada, em estado gravíssimo. (Acervo familiar)

Uma criança de 1 ano e 10 meses perdeu a vida após ser levada a um hospital em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, na noite de quinta-feira (13), apresentando sinais de agressão em várias partes do corpo. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, Maria Isis Vieira de Amorim chegou à unidade em estado crítico, inconsciente, desidratada, com fraturas e hematomas, mas não resistiu.

A mãe da menina, Juliele Vieira de Amorim, de 25 anos, e a companheira dela, Myllena Carla Andrelino, de 27 anos, foram detidas em flagrante. Conforme o boletim, Myllena levou a criança ao hospital na noite de quinta, alegando que a menina havia caído de uma escada no dia anterior e, posteriormente, escorregado no banheiro durante o banho. Ela afirmou que Maria Isis apresentou febre na tarde de quinta e tomou medicação, mas, como o quadro não melhorava, procurou atendimento médico.

O laudo médico revelou que a criança tinha uma fratura no braço direito e apresentava hematomas na cabeça, pescoço, costas e áreas íntimas. Após ser questionada novamente, a madrasta confessou ter agredido a criança com chineladas. Os policiais também constataram uma lesão na mão esquerda de Myllena.

A Polícia Militar seguiu até a residência onde estava a mãe da criança, na mesma cidade, com quem Myllena mantinha um relacionamento. As duas foram encaminhadas à Delegacia Regional de Colatina, onde foram presas em flagrante.

Autuadas por homicídio

Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) do município, Deverly Pereira Junior, as evidências estão no parecer médico e na confissão da madrasta.

“Verificamos contradições nos depoimentos. Depois, a madrasta confessou que aplicou uma surra na criança há três dias com intuito de corrigir a menina, e alegou que a criança sofreu uma queda durante um banho. A mãe relatou que sabia das agressões, mas que não concordava. Vamos verificar se a mãe tinha participação”, disse o delegado em entrevista à reportagem de A Gazeta.

Em nota, a Polícia Civil informou que as duas foram autuadas em flagrante por homicídio qualificado cometido contra menor de 14 anos e contra ascendente. Após os procedimentos, elas foram encaminhadas ao sistema prisional na manhã desta sexta (14). “A investigação seguirá em andamento para as demais diligências que o caso requer”, finalizou a corporação.

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Juliele Vieira de Amorim tem registros de passagem pelo sistema prisional, no período entre julho de 2019 e novembro de 2024, por tráfico de drogas. Myllena não tem histórico.

O que diz o hospital

O Hospital São José informou, em nota, que recebeu na emergência pediátrica “uma paciente em estado gravíssimo, com relato de dois episódios de queda. Imediatamente, foram adotadas todas as medidas médicas cabíveis para a estabilização e o suporte à vida. No entanto, apesar dos esforços da equipe, a paciente evoluiu para óbito às 23h03. Diante da natureza do caso, as autoridades competentes foram acionadas prontamente. O hospital permanece à disposição para colaborar com as investigações, conforme as diretrizes legais”.

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