Nos primeiros dias de 2025, o volume de buscas por “Pix” no Google atingiu níveis recordes, com um aumento de 177% na semana iniciada em 5 de janeiro, comparado à semana anterior. O crescimento está diretamente relacionado às novas regras da Receita Federal, que agora monitoram movimentações acima de R$ 5.000 mensais para pessoas físicas e R$ 15.000 para empresas.

Embora não tenha sido criada uma taxa para o uso do Pix, a maior fiscalização despertou preocupações, principalmente entre trabalhadores informais, como diaristas, pedreiros e vendedores ambulantes. A principal crítica é que a medida pode levar a mais custos no Imposto de Renda ou à exposição a malhas-finas.
Impactos na prática
A Receita Federal informou que os dados serão enviados semestralmente por meio do Sistema Público de Escrituração Digital, incluindo informações de bancos digitais, carteiras eletrônicas e operadoras de cartão de crédito. A justificativa é combater a sonegação fiscal e aumentar a transparência nas operações financeiras.
Entretanto, trabalhadores informais, que frequentemente utilizam o Pix como meio de pagamento, argumentam que suas rendas agora ficam registradas e atreladas ao CPF. Aqueles que ultrapassarem o limite de R$ 5.000 mensais podem ser obrigados a declarar Imposto de Renda, mesmo com rendas anteriormente invisíveis ao Fisco.
Reação popular e política
Nas redes sociais, memes e críticas direcionadas ao presidente Lula e ao ministro Fernando Haddad dominam o debate. A oposição tem explorado o tema, acusando o governo de prejudicar pequenos empreendedores.
Além disso, há relatos de mudanças nas práticas de venda, com alguns trabalhadores evitando o Pix e incentivando o pagamento em dinheiro físico. Isso, no entanto, pode resultar em prejuízos, especialmente em locais onde o uso do Pix já é amplamente adotado, como estádios de futebol.
Governo tenta reverter percepção negativa
Em resposta, o ministro Fernando Haddad divulgou um vídeo explicando que o Pix não será taxado, mas a reação pública segue desfavorável. Muitos interpretam a nova fiscalização como um entrave à informalidade, o que pode levar a um retrocesso nas rotinas de trabalho de pequenos prestadores de serviço.
O debate sobre as novas regras promete continuar no cenário político e social, com desdobramentos que podem influenciar a imagem do governo nos próximos meses.